sábado, 29 de novembro de 2008

Nos caminhos da informação...


O filme Winchell – O poder da notícia serve como apoio para reflexões sobre os mecanismos que envolvem a mídia, o poder e a ética

Analisar os diferentes aspectos da realidade política, econômica e comportamental do homem em sociedade exige uma série de questionamentos a respeito do valor da informação, da ética e do poder da mídia dentro desse contexto. Esse preceito se baseia na grande influência da imprensa sobre a opinião publica, e os efeitos históricos e atuais dessa influência.


O desenvolvimento dos meios de comunicação e as diferentes formas de se trabalhar a notícia trouxeram ao longo dos anos inúmeras conseqüências, como a construção e a derrubada de ideologias, governos, carreiras. Esses conceitos encontram sua personificação na história do filme “Winchell” – O poder da Noticia, que através da trajetória de um dos mais importantes profissionais do jornalismo no mundo, Walter Winchell, levanta questões que servem de reflexão a todos que se interessam pelo assunto. O filme, lançado em 1997 e dirigido por Stanley Tucci, retrata os altos e baixos da vida profissional de Winchell, jornalista americano que iniciou sua carreira nos anos 20, e trabalhou no jornal The New York Daily Mirror, seguindo a linha de fofocas e notas sobre a classe artística da época.




Apesar de manter seu foco inicial na vida de celebridades e do grande sucesso de sua coluna junto ao publico, Winchell não deixava de opinar a respeito de assuntos ligados à política. Foi após a sua ida para o rádio que o jornalista se tornou um dos maiores defensores e propagadores do Macarthismo, movimento iniciado nos EUA que perseguia simpatizantes do regime comunista.
Através de uma linguagem jornalística totalmente inovadora para a época, Winchell defendia suas idéias anticomunistas e causava grande repercussão na sociedade, que vivenciava o clima de incertezas do período da Guerra Fria.


O “estilo Winchell” de se comunicar pode ser usado como exemplificação das diferenças entre a linguagem jornalística, que tem pressa e sede de informar e se fazer entender, da linguagem mais utilizada nos meios literários, uma vez que Winchell possuía um método peculiar de escrever, fazendo uso de neologismos e expressões coloquiais, de fácil entendimento de seu publico, e que chegaram a ser vistas e criticadas pelos mais conservadores como falta de erudição e desrespeito do autor às normas lingüísticas. A adaptação da forma de se expressar ao tipo de veículo no qual se está atuando e ao publico cujo mesmo é voltado constitui uma pratica até hoje comum no exercício do jornalismo, e que Winchell souber como ninguém consolidar.


Os diversos aspectos ligados à conduta profissional do jornalista retratados no filme suscitam reflexões sobre a linguagem dos meios de comunicação, os impactos que uma postura jornalística parcial causam na sociedade e na carreira do próprio jornalista, alem de colocar em discussão questões ligadas à ética jornalística e relações entre
mídia e poder

sábado, 22 de novembro de 2008

Pensamento solto...

Defender um ponto de vista...
Ver por meio de outro ponto de vista
Saber além do óbvio
Ou passar toda a vida na ignorância...

http://www.youtube.com/watch?v=76R2EKEnoJQ

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O poder...


O uso da internet como ferramenta de campanha na eleição de Barack Obama é um exemplo claro de como determinado meio de comunicação pode influenciar sobre as decisões e sobre os rumos do poder.

Obama utilizou a internet para conseguir fundos para sua campanha, mas mais do que isso, a internet fez de Obama uma pessoa mais próxima daqueles para quem discursava. Quando, na história das eleições, poderíamos imaginar que um candidato à presidência do país mais poderoso do mundo divulgaria suas idéias por meio de vídeos postados em um site de perfil colaborativo como o You Tube?

A utilização da internet na Campanha de Obama foi uma estratégia inteligente, pois significou um avanço na popularização dos novos perfis da comunicação. Os sistemas emergentes – bottom up – simbolizam o exercício da democratização na web, já que propiciam a inserção de conteúdos completos sem a regulamentação de um controle central, como ocorre nos sistemas top-down.
Saber como utilizar uma ferramenta de comunicação foi um excelente diferencial para Barack Obama, que agora tem em suas mãos o poder.
Aguardaremos, saberá ele usá-lo?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Admirável mundo novo: O livro


De fato, esse livro não se tornou uma referência em vão.

A história criada por Aldous Huxley surpreende por se manter atual (a primeira edição é de 1931), pela propriedade com que o autor cita referências histórias e, principalmente, pela noção futurista, que previa uma realidade aterradora.

O livro narra a história de uma sociedade teoricamente perfeita, na qual as pessoas são produzidas em laboratórios numa escala industrial e pré-condicionadas biologicamente a ter um tipo de comportamento e a aceitar todas as regras e leis impostas. Essa sociedade descreve o real conceito de distopia, pois o mundo "perfeito" se revela bem distante daquilo que a natureza humana em sonho idealiza


A sociedade é toda organizada em castas, então o tipo biológico da pessoa indica se ela pertence a uma casta inferior ou superior. A partir do nascimento, as pessoas também passam pelo processo de condicionamento psicológico, o que faz com que se sintam felizes com a posição que ocupam e os trabalhos que realizam. Por piores que sejam.


Os valores dessa sociedade são bem diferentes dos que regem a sociedade atual. Não existe o conceito de família ou de religião e a monogamia é considerada uma prática condenável. As crianças recebem educação sexual desde muito cedo.


A história se passa no ano 753 d.F. Os anos não são contados a partir de Jesus Cristo, mas a partir do nascimento de Nosso Ford em alusão a Henry Ford, o criador da linha de montagem, do processo industrial que revolucionou o capitalismo no início deste século XX.

Paralelo a essa sociedade perfeita existe uma reserva na qual vive uma sociedade ‘selvagem’. Ao longo da história são colocadas questões que comparam um mundo ao outro.

Um exemplo dessa comparação é a utilização de drogas, usadas nas duas civilizações com a finalidade de manter a estabilidade social através da fuga. Na civilização é consumido o Soma, na reserva o Peyotl e a Mescalina. A princípio a única diferença é que o Soma não traz efeitos colaterais indesejáveis como o Pyotl e a Mescalina. Depois se descobre que a utilização excessiva pode causar parada respiratória. Com esse caso em específico o autor sugere que a natureza humana é a mesma nos dois ambientes, que a diferença entre a civilização e a reserva é apenas aparente, apesar de toda a lógica da segregação e do repúdio pelo diferente, que é estimulada pelo sistema por meio da valorização do padrão.

Ao longo da história é possível observar várias referências do autor em relação ao contexto da época, como no caso do nome de alguma das personagens. Uma delas se chama Lenina, o que é uma referência a Lenin, ideólogo da revolução bolchevique e governante da Rússia de 1917 a 1923.
O responsável pela reprodução em série chama-se Henry Foster. Ele tem, portanto, um nome muito parecido com o inventor da linha de montagem (Henry Ford).


Personagens principais (fonte:wikipedia)

O Diretor: Um Alfa condicionado a servir à Fábrica.

Bernard Marx: Um Alfa-mais. Homem estranho para a Sociedade e curioso, que desejava em primeira instancia, relutar contra a Sociedade, procurando respostas, procurando sentir reais emoções. No entanto, revelou-se ao sentir o poder em suas mãos. Bernard Marx é a prova viva de que o sistema é falho. O álcool colocado em seu sangue artificial produziu uma variação indesejada: um homem de casta superior com características de casta inferior que recusa-se a usar soma e é capaz de criticar a sociedade em que vive e interessar-se por outras formas de organização social

Lenina Crowey: Uma Beta. Linda, "pneumática". Condicionada a não amar, porém entrega-se a uma paixão no decorrer da história.

Linda: Mãe do selvagem John, amante do Diretor. Teve de permanecer na reserva pois uma civilizada gorda e grávida era um ultraje à Sociedade.

John, o Selvagem: Filho de Linda e do Diretor. Curioso. Revela-se o personagem principal no decorrer do livro. Deseja ser livre. Deseja saber. Filho de uma civilizada, John é educado mas não aceito como selvagem. Civilizado para os selvagens e selvagem para os civilizados, John está desde logo sujeito ao isolamento.

Wilson Hendelholtz: Amigo de Bernard. Escritor. Desejava a liberdade artística.

Mostafa Mond: o Administrador. Um Alfa-mais-mais. Um cientista enclausurado em sua vontade de pesquisar o que não podia. Como Administrador Geral, sua função principal é de "censurar" toda obra que possa "agravar" a estabilidade da Sociedade.